Natação

Uneal celebra a memória do ?Quebra do Xangô? um século depois

Projeto &ldquo;Xang&ocirc; Rezado Alto&rdquo; valoriza cultura afro-brasileira em Alagoas<br />

Por Assessoria 25/01/2012 09h09
A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, promove, nos dias 1 e 2 de fevereiro, uma série de atividades para lembrar o “Quebra dos Xangôs de 1912”, evento que marcou a história de perseguição aos adeptos de religiões de matriz africana. A programação ocorrerá na Praça dos Martírios, em Maceió, mesma cidade que sediou os fatos hediondos contra a cultura negra há cem anos.

Na quarta-feira, 1º de fevereiro, acontecerá a Noite do Xangô Rezado Alto, com cortejo das comunidades Terreiro; apresentação de grupos artísticos, saudação aos ancestrais e toque do Xangô com comunidades presentes. As atividades terão início às 14h, com cortejo saindo da Praça D. Pedro II (Praça da Assembleia Legislativa), em direção à Praça dos Martírios.

O cortejo terá participação da Comunidade de Terreiros de Alagoas; do Coletivo Afro-Caeté; do Boi Alegria (Zona Sul); do Boi da Liga de Bois de Maceió; do Maracatu Axé Zumbi; do Baque Alagoano; do Afoxé Odo Iyá; Aye Iorubá, do Projeto Inaê e da Escola de Samba Girassol.

Às 18h, haverá apresentação de Hip hop, com Guerreiros Quilombola e Afoxé Oju Omim Omorewá. Logo após, sobe ao palco o cantor Igbonan Rocha com o show “Coisa de Nêgo”, com participação especial da Escola de Samba Girassol. Em seguida, Wilma Araújo canta “70 anos de Clara Nunes. A noite será encerrada com Orquestra de Tambores e a banda Vibrações.

Já na quinta-feira, 02, na Praça dos Martírios, além da apresentação de grupos artísticos, a partir das 17h30, Jurandir Bozo traz o show “Pros pés”, com participação dos grupos de coco de roda “Xique-Xique”, do Jacintinho e “Pau-de-Arara”, da Pitanguinha. A noite é encerrada com a musicalidade da sambista baiana Mariene de Castro.

Segundo o reitor da Uneal, professor Jairo José Campos da Costa, a ação está marcada na mesma data na qual ocorreu o “Quebra”, em 1912. “Queremos lembrar que esse é um momento para combatermos todo tipo de intolerância em nosso Estado”, destaca o gestor. Ele também ressalta que é preciso valorizar a cultura local. “Nossa pretensão é levantar a auto-estima do alagoano, mostrando que esse povo possui manifestações culturais valiosas”, completa.

O projeto “Xangô Rezado Alto” é financiado com recursos do Fundo Nacional de Cultura, Ministério da Cultura, com contrapartida financeira da Uneal. Segundo o vice-reitor, professor Clébio Correia estão previstas ainda mais duas etapas, com a realização de um prêmio de incentivo às expressões artístico-culturais de matriz africana e de um congresso para debates sobre a cultura afro-brasileira e alagoana, reunindo estudiosos de Alagoas e de outros Estados do Brasil.

São parceiros do projeto: Universidade Federal de Alagoas, Centro de Ensino Superior de Maceió, Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas, Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, Secretaria de Estado da Educação, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/AL, BRASKEM, Comunidades Terreiro de Alagoas e Cojira/AL.

Mais informações no site da Uneal, www.uneal.edu.br e no blog www.xangorezadoalto.blogspot.com

Pedido oficial de perdão

Em reunião, nesta segunda-feira (23), no Palácio República dos Palmares, o governador Teotonio Vilela Filho comprometeu-se a assinar, no dia 1º de fevereiro, durante a programação do projeto Xangô Rezado Alto, um ato público de pedido oficial de perdão do Governo do Estado às comunidades de terreiro e a todo o povo de Alagoas pelas atrocidades cometidas em 1912.

A reunião teve a participação do vice-reitor da Uneal, professor Clébio Correia, da secretário de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born, e com o diretor do Iteral, Geraldo Majella.

Arapiraca, Segundo o professor Clébio Correia, a iniciativa foi bem aceita pelo governador, pois visa reparar as perdas dos povos afro-alagoanos. “Esse ato simbólico representa uma reparação histórica e demonstra a importância do projeto Xangô Rezado Alto para as comunidades afro-alagoanas, além disso, um pedido de perdão do governador abre portas para políticas de valorização da população afro-descendentes e adeptos dos cultos afro-religiosos”, destacou o vice-reitor.