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Impasse pode causar desabastecimento de carne em Arapiraca

21/01/2016 22h10


O antigo matadouro de Arapiraca deverá voltar a fechar suas portas no dia primeiro de fevereiro, por determinação do Ministério Público Estadual, entretanto os trabalhadores pretendem entrar na justiça com recurso, para garantir que o local continue aberto, até que o impasse, com os diretores do frigorífico Frigovale seja resolvido.
Os marchantes afirmam que no edital de licitação estava garantido que teriam direito a devolução do subproduto (vísceras e fígado) dos animais abatidos. Esse material é comercializado pela fateiras, que chegam ao número de 200 mulheres, que trabalham para sustentar suas famílias.
Outro ponto de discussão, no impasse é com relação ao valor cobrado pelo Frigovale, para o abate do boi, que antes era de R$ 35 e passou para R$ 45,00, valor cobrado pelo frigorífico. Para Pedro Albuquerque, conhecido como Pedrão, representante dos marchantes e fateiras do antigo matadouro, o empreendimento tem condições continuar praticando o valor antigo, já que foi beneficiado com isenções fiscais pelo governo do estado e pelo município.
As instalações do frigorífico pertence ao poder público municipal (patrimônio do povo) receberam benefícios federais, através da Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco e Parnaíba (Codevasf). A Frigovale apenas realizou alguns complementos nas instalações.
Já os diretores do empreendimento alegam que investiram cerca de R$ 12 milhões, valor contestado por Pedro Alburquerque, já que o prédio recebeu recursos federais (dinheiro público). A situação do empreendimento se agrava, já que os diretores tentam obter através do Banco do Nordeste linha de crédito para oxigenar a empresa, que segundo uma fonte, passar por dificuldades já que nem começou a funcionar e possui pendências com fornecedores e prestadores de serviços.
Prefeitura
Pedro Albuquerque se queixou porque o poder público municipal não sondou os trabalhadores do antigo matadouro, para a possibilidade deles formarem uma cooperativa e participarem do processo licitatório para assumir o frigorífico. “´Centenas de pessoas trabalham no antigo matadouro há mais de 30 anos”, disse ele. O grupo que vencedor da licitação é formado por acionistas do frigorífico Frigovale, que tem sua sede no Mato Grosso do Sul e também um grupo de alagoanos, entre eles alguns médicos, pessoas que não são de Arapiraca e não têm conhecimento dessa atividade.
Os representantes dos trabalhadores declaram que se o matadouro municipal fechar no dia primeiro de fevereiro e a diretoria da Frigovale não chegar a um entendimento com eles, Arapiraca e região poderá sofrer com desabastecimento de carne, já que os marchantes praticamente são os responsáveis pelo abate e comercialização de mais de 4 mil cabeças de gado dos 26 municípios. “Eles não terão boi para abater e os governos do estado e do município terão um grande problema social para resolver”, alertou Pedrão.
 

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