Mozart Luna
É hora de demolir o matadouro pelo bem da saúde do povo
Graças ao Ministério Público Estadual o matadouro de Arapiraca foi definitivamente fechado e o prédio deverá ser demolido o mais rápido possível para apagar da memória um local imundo que só trazia perigo a saúde da população. Assim como o matadouro de Arapiraca outros deveriam ser demolidos para dar fim a uma prática de abate de animais totalmente fora das condições de higiene.
Trata-se de uma questão de saúde pública por fim aos matadouros mantidos pelas prefeituras, até porque está não é uma atribuição dos municípios, mas uma atividade altamente lucrativas para os chamados marchantes, que na verdade não passam de atravessadores e que só servem para aumentar o valor da carne para os consumidores. Uma atividade que é subsidiada pelo dinheiro público, que vinha mantendo um prédio pagando energia, água, limpeza e até servidores.
Agora caberá a fiscalização sanitária municipal e estadual fiscalizar a carne vendida em Arapiraca identificando sua origem objetivando garantir para população um produto de qualidade e principalmente a saúde da população.
Coibir o abate de animais em lugares sem higiene é uma grande preocupação nossa, responsáveis que somos pela inspeção de produtos cárneos, dentre outros serviços inerentes ao médico veterinário, por isso a importância de saber a procedência dos produtos no momento de adquiri-los. Os perigos de se consumir esse tipo de produto, são muito grande. Além dos riscos de contaminação durante o processo de abate e transporte, o armazenamento e o preparo deste alimento podem fazer a diferença para a saúde do consumidor. Também é de suma importância, observar a origem na hora da compra, dos subprodutos dos animais abatidos. E por falar em “Saúde”, a Organização Mundial de Saúde (OMS) a define como sendo o estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidade e invalidez.
Os produtos obtidos a partir do abate clandestino, sem a devida inspeção veterinária oficial, podem ser vetores de doenças e infecções alimentares. Entre as enfermidades infecciosas e parasitárias mais frequentes, comprovadamente encontramos as que são comuns ao homem e aos animais, são as chamadas zoonoses, constituindo-se na atualidade como os riscos mais frequentes. Por sua vez, a demanda cada vez maior de alimentos de origem animal constitui fator decisivo para aumentar os riscos de exposição às zoonoses.
Os perigos na carne
Aos olhos humanos, alimentos aparentemente normais podem abrigar micro-organismos perigosos para a saúde pessoal e com a carne não é diferente. O produto, se contaminado pode causar desde pequenos transtornos até a morte. Um dos problemas mais comuns é a toxinfecção alimentar (infecção adquirida através do consumo de alimentos contaminados por bactérias ou suas toxinas) que pode levar o consumidor à morte. Outro risco dos alimentos em más condições sanitárias é a teníase, doença causada por parasitas. Geralmente ela é transmitida pelo consumo de carne contaminada com cisticercos (larvas do verme), não bem cozida ou assada, que pode causar sérios riscos ao organismo, inclusive problemas nervosos e cegueira quando estiver associada à neurocisticercose (infecção no sistema nervoso). Mas existem outras doenças que também são transmitidas dos animais aos seres humanos, por meio dos produtos cárneos, a exemplo da tuberculose e brucelose, entre outras. Daí, a importância de o consumidor comprar produto bem embalado, refrigerado e, principalmente, com o selo Serviço de Inspeção, quer seja Federal (SIF), Estadual (SIE) ou Municipal (SIM), que atesta a qualidade.
Saibam a tantos quanto estejam interessados em melhorar a sua condição de vida, que o serviço de inspeção atua junto a cada estabelecimento, exigindo as boas práticas de fabricação e examinando os animais, antes e após a sua morte, descartando quaisquer produtos que sejam considerados impróprios para o consumo. Mas apesar dos grandes progressos científicos no campo da Saúde Pública com vistas à proteção do homem contra enfermidades transmissíveis de natureza infecciosa e parasitária, no sentido de erradicá-las, a realidade é que essas patologias continuam presentes em várias espécies animais das quais depende o homem para sua alimentação e nutrição.
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