Fabrízio Almeida

Fabrízio Almeida

Fabrízio Almeida

A banalização da corrupção

10/12/2014 12h12

Com a banalização da corrupção, a cada dia o brasileiro está perdendo a capacidade de se indignar. Vivemos num sistema frágil, ou melhor dizendo, preparado para não resolver plenamente coisa alguma.

É triste ser informado pela "mídia golpista" que o ex-Presidente Lula foi agraciado com um apartamento tríplex construído por uma empresa atolada nesta operação lava-jato, terrível capítulo da história do Brasil.

Crimes contra a administração pública deveriam ter atenção especial do nosso Judiciário mas na prática não acontece, seja em Alagoas ou em qualquer outro Estado da federação, e em consequência desta letargia, a população desacredita no Estado e no seu querer/poder de punir. O tapa no sistema brasileiro parece que está vindo do Poder Judiciário dos Estados Unidos que foi acionado para intervir nos prejuízos que a corrupção gerou a muitos investidores que adquiriram ações da Petrobrás através da bolsa de valores de Nova York.

Neste momento não cabem comparações, o passado deve ser apurado tanto quanto o hoje, não podemos mascarar os fatos do presente com essa desculpa cretina. Nenhum benefício trazido ao povo pode ser capaz de nos sujeitar à omissão, à passividade.

Tudo indica que estamos diante do episódio mais nefasto de corrupção vivido pelo Brasil. O escândalo envolvendo a maior empresa brasileira com participação estatal parece não ter fim, e em meio aos fatos trazidos pela imprensa o que mais me impressionou foi a declaração de um Advogado afirmando que no Brasil nada se faz com recursos público sem que ocorra algum tipo de propina, mimo, etc. Todos sabem que esse mal contamina o País mas uma afirmação pública deste nível realmente choca.

Ontem estive num rico seminário promovido pela Controladoria Geral da União que tinha como temática a luta contra a corrupção no Brasil. Neste foram abordados os números cruéis da corrupção em comparação com outros Países do mundo.

Entre tantas frases proferidas no seminário, uma marcou; “se você perguntar a qualquer homem que esteja sendo processado por corrupção, ele dirá que jamais se viu nessa situação, mas infelizmente são ultrapassados alguns limites durante a vida que, quando se vê, não há mais como voltar atrás”.

Em resumo, quando se perde o medo, em vários aspectos da vida, é que verdadeiramente estamos em risco. No caso do agente público corrupto, o medo é perdido pouco a pouco, diante da ausência de controle das suas ações, seja através da sociedade ou dos órgãos do Estado que detêm competência legal para agir.

Posto isto, que venham cenas dos próximos capítulos.

Siga-me no twitter: @fabrizioalmeida
 

Sobre o blog

Advogado, Administrador Público, Procurador Municipal, sócio do escritório jurídico Ventura & Macário advogados associados. Tem forte atuação em demandas cíveis, sobretudo em causas contra a administração pública nas três esferas de poder. É torcedor e também advogado da Agremiação Sportiva Arapiraquense desde 2010.

Arquivos