Fábio Lopes

Fábio Lopes

Fábio Lopes

Um diálogo imoral

17/03/2016 07h07

"A sombras". É assim que agem os maus políticos brasileiros. Foi o que ficou bem claro com o vazamento do diálogo imoral da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, agora ministro chefe da Casa Civil.

A coragem do juiz Sérgio Moro em vazar a conserva recheada de palavrões, de pornografias, mostrou quem são os nossos representantes mergulhados no mar da corrupção.

O resultado foi o que vimos. Mais de 6 milhões de pessoas às ruas logo após o anúncio escarnosos da nomeação de Lula ao Ministério para lhe garantir foro privilegiado e só poder ser julgado pela Suprema Corte.

Quantos mesmos são os ministros indicados por Dilma Rousseff? Acho que sete. Já que 7 é tido como o número mentiroso, da conversa fiada, que eu, pessoalmente não acredito nessa superstição por eu existir, já que nasci no dia 7, ele está mesmo é para escancarar as verdades dos fatos.

Depois do vazamento do diálogo imoral para garantir o Poder a todo custo e praticar o que há de mais corrupto em nosso país, a situação não poderia ser outra a não ser ir às ruas com indignação.

A ousadia do ex-presidente da República é tão tamanha que o ex-sindicalista traçou uma vida pública seguindo os marajás e corruptos, mas ao entrar no mundo sujo da política brasileira se especializou de tal forma que se transformou no maior e mais obsceno político sem pudor.

"Tem que ter medo". Foi o que disse Lula se referindo à equipe da Lava Jato, e indiretamente ao juiz Sérgio Moro. São depoimentos que mostram a que ponto se chega para garantir riquezas materiais ilicitamente, as investigações apontam para isso sobre o triplex e o sítio doados por amigos. Amigos, ah, amigos.

Aqui eu nem vou citar o teor da conversa entre os dois, mas quem ouviu sabe que não faltaram imoralidade de palavras sujas e de acordos inaceitáveis para o quilate de pessoas que ocupam os maiores cargos da política de nosso Brasil.

Um pais tão rico que dinheiro tem demais. Tem tanto que esses escárnios, refiro-me aos más políticos que são vermes, sugadores do dinheiro público.

O vazamento do grampo feito pela Polícia Federal revela o que eles tanto temiam que fosse divulgado.

Diante de toda essa crise política que esse diálogo imoral provocou e que, agora, nomeado Lula deixa de ser réu da Lava Jato e a presidente não se importa se cometeu crime de responsabilidade, resta-nos participar mais do processo politico brasileiro para escolher, como se escolhe agulha no palheiro, os razoáveis políticos que restam por aí.

E olhe, preste atenção, no que acontece lá em cima porque por aqui em baixo, entre os políticos que ocupam as administrações municipais por esses municípios afora, de um Brasil sem lei e sem regras para quem está no poder, a situação não é diferente.

Só para relembrar o que disse Lula em 1988 sobre o ladrão. "No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia; quando um rico rouba, vira ministro", Lula, em um pronunciamento em 1988.

Quem diria hein. É estar vivo para ver. Vamos cuidar de nós e desse nosso país, sem medo de nenhum deles. E nada de chamá-los de DOUTOR, o que eles adoram e os que não valem nada ou têm algo a temer.

Leia na íntegra o diálogo entre Dilma e Lula que levou o juiz Sérgio Moro a concluir que poderia haver um movimento para proteger o ex-presidente (trecho sem os palavrões publicado no El País).

- Dilma: Alô

- Lula: Alô

- Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.

- Lula: Fala, querida. Ahn?

- Dilma: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!

- Lula: Uhum. Tá bom, tá bom.

- Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.

- Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.

- Dilma: Tá?!

- Lula: Tá bom.

- Dilma: Tchau.

- Lula: Tchau, querida.

Outro trecho também sugere, aos olhos de Moro, uma potencial tentativa de tráfico de influência, em um trecho do diálogo de Lula com o ministro Jaques Wagner, segundo relatório da Polícia Federal, em que a ministra do Supremo, Rosa Weber, é citada:

Lula: Mas viu querido, “ela” tá falando dessa reunião, ô Wagner eu queria que você visse agora, falar com “ela”, já que “ela” tá aí, falar o negócio da Rosa Weber, que tá na mão dela pra decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram.

Wagner: Tá bom, falou! Combinado, valeu querido, um abraço. Um abraço na Marisa e nos meninos...

Sobre o blog

Jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Assessor de comunicação da SMTT Arapiraca, professor de Comunicação e Expressão do Senac Arapiraca. Blogueiro com experiência em TV, Rádio, Impresso, Online e Assessoria de Comunicação nos Estados de AL, PE e MA.

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