André Pepes

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Sibutramina

23/05/2016 21h09

No desejo de estarem de acordo com os padrões de beleza, muitas pessoas que se encontram acima do peso recorrem a soluções rápidas e sem orientação médica, como o uso inadequado de medicamentos. Mas e o que esse uso indevido pode afetar na saúde?

Em 1997, o FDA (Food and Drug Administration), agência norte americana que controla a qualidade de alimentos e medicamentos, aprovou nos Estados Unidos o uso da sibutramina para o controle do peso. Ela auxilia na redução do peso promovendo um aumento da sensação da saciedade agindo também sobre a compulsão alimentar e como inibidora da sensação de fome.

Mas em 2010, essa mesma agência determinou o cancelamento do registro da sibutramina nos EUA baseada nas evidências de um estudo denominado SCOUT realizado na Europa que durou seis anos e envolveu 10.000 pessoas obesas, alegando que a maioria dos pacientes desenvolveu complicações cardiovasculares.

Já no Brasil a venda deste medicamento é autorizada, mas com regras rígidas. Para a sua comercialização a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exige que seja feita através de monitoramento e acompanhamento médico e um receituário especial em três vias. Sendo que uma via fica anexada ao prontuário do paciente, a segunda sob poder da farmácia ou drogaria que viabilizou o medicamento, e a terceira aos cuidados do paciente.

CONTRAINDICAÇÕES:

A sibutramina é um medicamento indicado para tratar a obesidade e deve ser utilizado apenas como adjuvante no tratamento da obesidade exógena, pois são necessários restrição calórica, aumento da atividade física e modificação do comportamento, tudo isso sob orientação médica devido aos riscos envolvidos.
Os casos de contraindicação são muitos, dentre eles podem ser citados: Idade inferior a 16 anos ou superior a 60, uso de álcool, obesidade relacionada a outras causas como hipotireoidismo, gravidez, uso de antidepressivos ou medicamentos que atuam no sistema nervoso central, antecedentes de transtornos alimentares como anorexia nervosa ou bulimia, glaucoma, história de hipertensão arterial ou de doença cardíaca, dentre outros casos.

EFEITOS COLATERAIS:

De acordo com a ANVISA, são diversos os efeitos colaterais que o medicamento a base de sibutramina pode apresentar. Destacam-se as reações do cérebro e cardiovasculares, que representaram quase a metade das reações adversas. Pode ocorrer dor de cabeça, boca seca, anorexia, náusea, sudorese, nervosismo e palpitação, hipertensão, dentre outros.

A ANVISA atenta para o fato de a sibutramina agir nos neurotransmissores como a serotonina, noradrenalina e a dopamina, fazendo com que essas substâncias fiquem disponíveis por mais tempo estimulando os neurônios. Com isso a pessoa que faz uso desse medicamento sem orientação médica pode vir a desenvolver problemas psiquiátricos como aversão a comida, insônia, alucinações, agressividade e exaltação do humor, comportamento de risco, ansiedade, dentre outras desordens.

Vale dizer que os efeitos do uso da sibutramina por um longo prazo ainda é desconhecido devido ao pouco tempo de experiência e poucos estudos de longo prazo envolvendo o medicamento. O seu uso deve ser indicado e sempre acompanhado por um médico, e não deve preceder um ano.

Não existe milagre. Mesmo se a indicação feita pelo médico é do uso da sibutramina, sem mudança de hábitos e comportamentos o tratamento não será efetivo. Inclusive o estudo da ANVISA e o Ministério da Saúde insistem na mudança de hábitos.

Cuide-se! Procure orientação médica e tenha hábitos saudáveis!  

Sobre o blog

Graduado em Administração de Empresas pela Uneal, Radialista, Produtor e Âncora do Programa Saúde em Foco na Nova FM Arapiraca 103.3 exibido de segunda à sexta-feira as 9 da manhã.

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