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Com ou sem MDB, Câmara de Arapiraca contará com apenas uma representante feminina

Aurélia Fernandes (PSDB) e Dra. Fany (MDB) são as únicas mulheres que podem ocupar a única vaga feminina da Casa Herbene Melo

09/12/2020 07h07 - Atualizado em 09/12/2020 07h07
Com ou sem MDB, Câmara de Arapiraca contará com apenas uma representante feminina

Representatividade feminina é uma necessidade na política, principalmente quando falamos de uma cidade como Arapiraca, que se destaca como a segunda maior de Alagoas e mais importante no interior do estado.

Infelizmente, a partir de 2021, apenas uma das 19 cadeiras da Câmara Municipal será ocupada por mulher, o que representa uma perda para a democracia local.

Essa vaga, entretanto, segue sem dona, apesar da eleição ter sido realizada no último dia 15 de novembro. A indefinição se dá por causa da demora no julgamento da validação das candidaturas dos vereadores do MDB que participaram do pleito, mas tiveram seus nomes removidos do resultado final. 

De acordo com a assessoria de comunicação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o pleno decidiu julgar a validação das candidaturas do MDB, nesta quinta-feira (10). Durante o julgamento, além da candidatura do prefeito e vice-prefeita eleitos sub judice, também será decidida a validação dos candidatos do MDB que receberam votos durante o último pleito. 

Caso a Justiça não aceite tais candidaturas, a única mulher eleita será Aurélia Fernandes (PSDB), que irá para o seu terceiro mandato no Poder Legislativo.

Porém, se as candidaturas do MDB forem validadas, várias mudanças ocorrerão na atual lista de eleitos. Aurélia, apesar de ter recebido 2.034 votos, perde a vaga, que passa a ser ocupada pela médica Fany Gabriella Peixoto Braga, conhecida em Arapiraca como doutora Fany (MDB), que recebeu 1.690 votos, 344 a menos que a candidata psdebista.

A pouca representatividade feminina na política arapiraquense aponta para uma falta de incentivo da própria sociedade a participação das mulheres, mesmo elas sendo 55,3% do eleitorado da Capital do Agreste, de acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Um dos motivos para a diminuição no número de vereadoras na Câmara de Arapiraca é o fato de duas das três atuais parlamentares arapiraquenses não terem participado do pleito proporcional. Professora Graça Lisboa (PSDB) chegou a dar início a sua campanha eleitoral, mas preferiu não dar continuidade a candidatura alegando decisão pessoal; e Gilvânia Barros (Solidariedade) concorreu ao cargo de prefeita da cidade, recebendo 6,47% dos votos válidos.

Outra que não quis se envolver diretamente na política arapiraquense no pleito deste ano foi a dentista Sinielza Pessoa, irmã do deputado federal Severino Pessoa e cunhada da atual prefeita de Arapiraca, Fabiana Pessoa. Sinielza é primeira suplente e chegou a ocupar uma das vagas do Poder Legislativo Municipal, quando Aurélia Fernandes foi convidada pelo ex-prefeito Rogério Teófilo, falecido em agosto deste ano, a ocupar o cardo de secretária Municipal de Saúde.

Candidaturas Laranjas

Outro dado importante é que, mesmo com maioria de mulheres eleitoras, muitas mulheres ainda são registradas para concorrer como laranjas, já que a Justiça exige 30% de mulheres concorrendo ao pleito.

Fazendo uma pequena busca no sistema de resultados do Tribunal Superior Eleitoral, o Portal 7 Segundos flagrou 8 mulheres que não obtiveram nenhum voto durante o pleito de 2020 em Arapiraca, ou seja, nem elas votaram em si mesmas.

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