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Mesmo com liberação de R$ 43 milhões em pagamentos, Fabiana Pessoa é alvo de reclamações

Servidores tiveram descontos nos salários e hospitais receberam apenas parte do repasse atrasado

08/12/2020 11h11
Mesmo com liberação de R$ 43 milhões em pagamentos, Fabiana Pessoa é alvo de reclamações

A liberação de R$ 43 milhões de suplementação orçamentária, aprovada na semana passada pela Câmara de Vereadores, está longe de tornar mais tranquilos os últimos dias de Fabiana Pessoa (Republicanos) à frente da prefeitura de Arapiraca.

Apesar de o município já ter efetuado pagamento da folha salarial de novembro e ter feito repasse aos hospitais - além de ainda continuar buscando junto aos vereadores a liberação de mais R$ 44 milhões de suplementação - ainda enfrenta críticas desses setores: dos servidores porque muitos tiveram descontos inexplicáveis nos salário, e de funcionários de hospitais, uma vez que o repasse feito no início da semana foi referente apenas ao mês de outubro.

"É uma gestão que começou mal e que está terminando de maneira desastrosa. Trabalho neste mesmo hospital há mais de uma década e nunca um gestor passou tanto tempo sem cumprir seus compromissos com a saúde", declarou uma médica, ouvido pelo 7Segundos com a condição de não ter o nome divulgado.

De acordo com a profissional, somente na segunda (07), por volta de 10h, é que os salários dos funcionários do hospital referentes ao mês de outubro foram liberados. Todos os trabalhadores, desde os médicos até os responsáveis pelos serviços gerais estavam com esse vencimento atrasado.

"Agora ainda tem o mês de novembro e o décimo terceiro salário para receber. Eu, assim como vários outros colegas que entendem um pouco mais de política e de gestão pública, achamos um absurdo o pedido de suplementação feito nesse valor pedido pela prefeitura. Demonstra, no mínimo, incompetência da gestão. Mas a gente tem que torcer também para que a situação seja resolvida o quanto antes", declarou a profissional.

As críticas vêm também de dentro da prefeitura. Os servidores imaginavam que, com a aprovação da suplementação, além dos salários do mês de novembro estaria garantida também a segunda parcela do décimo terceiro. Mas quando o vencimento caiu na conta, muitos tiveram uma triste surpresa, em vez do subsídio de Natal, receberam um valor menor que o salário que costumavam receber.

"Para muitos ficou parecendo que foi uma tentativa do 'se colar, colou', imaginando que nós não iríamos reclamar. Essa atitude deixou claro o real motivo de, antes da eleição, a gestão fazer questão de pagar os salários antecipadamente, até a primeira parcela do décimo terceiro foi liberada dias antes da votação. E agora essa preocupação de pagar em dia e pagar direito não existe mais", declarou um servidor.

O desconto inexplicável nos salários gerou tanta revolta que o secretário municipal de Gestão, Márzio Delmoni, chegou a ser procurado pela emissora 91,5FM, que recebeu reclamações de vários funcionários municipais. O gestor disse que "pode ter ocorrido erro" no processamento da folha de pagamento e que a partir desta terça (08) - já que o feriado de Nossa Senhora da Conceição foi antecipado para segunda - os servidores que se sentirem lesados podem procurar o setor de recursos humanos para tentar resolver o assunto.

Enquanto isso, as discussões a respeito da suplementação orçamentária permanece na Câmara. Para atingir os R$ 87 milhões pedidos pelo Poder Executivo, que corresponde a 10% do Orçamento total para o ano de 2020, a prefeitura precisa que os vereadores aprovem mais R$ 44 milhões de suplementação.

Suplementação orçamentária é uma autorização dada pelo Legislativo ao Executivo para efetuar o pagamento de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. Ou seja, o município dispõe do recurso, mas necessita de autorização da Câmara para remanejar de uma área/ secretaria/ fonte para outra área/ secretaria/ destinatária.

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