Política

[Vídeo] Junqueiro: presidente manda fechar Câmara para impedir aprovação de projetos

Parlamentares e até secretária municipal chegaram para sessão, mas portas estavam fechadas

Por 7Segundos 23/10/2020 07h07 - Atualizado em 23/10/2020 07h07
[Vídeo] Junqueiro: presidente manda fechar Câmara para impedir aprovação de projetos
Vereadores de Junqueiro chegaram para sessão, mas encontraram Câmara com as portas fechadas - Foto: Reprodução

Vereadores de Junqueiro que chegaram para a sessão ordinária, que acontece todas às quartas, a partir das 19h30, tiveram uma surpresa esta semana: encontraram a Câmara Municipal fechada e com as luzes apagadas. Eles esperavam, nessa sessão aprovar dois projetos considerados importantes: o do Selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para a agricultura familiar, e o de abertura de crédito suplementar, para aquisição de caixões, cestas básicas e pagamento a fornecedores e ao funcionalismo municipal.

Os cinco vereadores que integram a bancada da situação do município: Silvana Pereira, Jota Ferro, Marcos Pereira, Daniel Vigário e Damião - todos do PP - ficaram do lado de fora da Câmara, e ainda aguardaram por um tempo a chegada dos demais parlamentares, acompanhados pela secretária de Assistência Social do município, Jane Madelaide, que havia sido convocada pelo Legislativo para prestar esclarecimentos sobre as atividades da pasta. Passados vários minutos, o grupo resolveu gravar um vídeo denunciando a situação.

"Para vocês verem, a maioria da Câmara, os seis vereadores que fazem oposição, dizem que fazem a diferença, mas olha enquanto o povo espera os projetos serem aprovados, eles fecham a casa. Querem fazer isso politicamente, por estarem do lado da oposição em vez de pensar no que é melhor para o povo. É uma galera que pensa: 'quanto pior, melhor', infelizmente", afirma o vereador Jota Ferro, no vídeo.



A vereadora Silvana afirmou para o 7Segundos que a ausência do presidente do Legislativo, vereador Marcos André (PTB), conhecido como Kiko Pereira, não seria impedimento para a realização da sessão, se a Câmara não estivesse com as portas trancadas. De acordo com ela, conforme o Regimento Interno, a sessão pode ser presidida por qualquer um dos membros da Mesa Diretora, obedecendo a ordem hierárquica, e na ausência de todos eles, o parlamentar de maior idade pode presidir. "O vereador Damião, que é o de maior idade, estava junto com a gente, do lado de fora da Câmara. Só que mais uma vez eles agiram para evitar que os projetos fossem colocados na ordem do dia", declarou.

Segundo a parlamentar, a bancada de oposição - que detém todos os cargos da Mesa Diretora - mantém postura de tentar dificultar a aprovação de projetos enviados pelo Executivo Municipal. Silvana cita a Lei Orgânica Municipal, aprovada com o veto dos seis vereadores de um percentual para o remanejamento de verbas.

"Por conta disso, desde o mês de abril a prefeitura sucessivamente projetos para a abertura de crédito suplementar, como este que eles estão protelando agora, para que o município tenha condições de cumprir seus compromissos financeiros. O mesmo estão fazendo com o SIM. Dois vereadores da oposição, protocolaram pedido para a realização de audiência pública sobre o assunto, que por conta disso foi retirado da ordem do dia. Só que depois esses parlamentares não tomaram as providências para que a audiência seja realizada", declarou.

"Falta de decoro"


O clima acirrado entre os parlamentares de Junqueiro deve ser levado às urnas. Enquanto os vereadores da situação se filiaram todos ao Progressistas e disputam à reeleição, quatro dos seis vereadores da oposição se candidataram a mais uma legislatura pelo PTB. Dionízio Procópio dos Santos e Jáder Tiago da Silva, não disputam a reeleição.

Silvana confirma que o clima entre as duas bancadas na Câmara às vezes fica tenso. Na última sessão realizada, no dia 14 de outubro, os vereadores da da situação abandonaram a audiência devido o comportamento considerado "falta de decoro" por parte do presidente do Legislativo, Kiko Pereira, que teria feito acusações contra ela. Assista um trecho no vídeo abaixo: 




Além dela, o presidente também teria se dirigido aos demais parlamentares do grupo político de forma indecorosa. "Ele destratou os vereadores da situação e então nós decidimos nos retirar. Ele gritou que fosse filmado que nós estávamos saindo da Câmara. Mesmo com a presença do pai dele no plenário, ficou gritando para a gente ir embora", declarou.

A reportagem entrou em contato com o vereador Kiko e conseguiu falar com ele por telefone. Mas o parlamentar, ao saber do que se tratava a matéria, afirmou que precisava desligar e retornaria a ligação em alguns instantes. Até o fechamento da matéria, ele não retornou como o prometido.