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[Vídeo] Menino que morreu com complicações de dengue hemorrágica é sepultado

Mãe afirma que se diagnóstico não tivesse demorado, Luann Antônio poderia ter sobrevivido

Por Patrícia Bastos/ 7Segundos 05/06/2019 12h12
[Vídeo] Menino que morreu com complicações de dengue hemorrágica é sepultado
Morte de criança de 6 anos comoveu comunidade do Planalto - Foto: João Henrique/7Segundos

A comunidade do bairro Planalto se despediu, na manhã desta quarta-feira (5), do menino Luann Antônio de Oliveira Silva, 6, que morreu no dia anterior em decorrência de complicações provocadas por dengue hemorrágica. A mãe da criança, Viviane Santos de Oliveira, acredita que se o diagnóstico tivesse chegado mais cedo, o filho poderia estar vivo.

"Tenho certeza que, se quando a gente começou a procurar atendimento, no posto de saúde e no hospital, tivessem feito exames, teriam descoberto mais cedo que ele estava com dengue e feito o tratamento correto. Os exames só foram feitos na segunda, quando ele começou a vomitar sangue", relata.

A mãe contou que, nas últimas semanas, o pequeno Luann Antônio apresentava sintomas parecidos com os da gripe e procurou atendimento médico no posto de saúde. "Mas como ele não tinha febre, não foi atendido. Na quinta, levamos para um hospital e lá ele foi medicado e liberado, mas não fizeram exame nenhum. Na sexta, ele passou a ter febre e levamos novamente ao hospital. Fizeram exame de raios-X que acusou broncopneumonia. Eles passaram tratamento e fomos para casa", afirma  Viviane Oliveira.

Segundo ela, entre a quinta-feira e o sábado, a criança continuou apresentando quadro febril. "No domingo de manhã, a febre baixou e ele começou a ficar gelado. Estava entrando em choque séptico, mas a gente não sabia disso. Voltamos para o hospital à noite, só que eles não atenderam porque meu filho não estava com febre", disse.

Na última segunda (3), a família conseguiu uma consulta particular com uma pediatra, que encaminhou para internação na casa de saúde Nossa Senhora de Fátima. O estado de saúde do menino era muito grave e ele passou a vomitar sangue. Lá a criança finalmente foi submetida a dois exames, o primeiro resultado, que deu uma contagem baixíssima de plaquetas, foi recebido em poucas horas, já o segundo, que confirmou a dengue hemorrágica, só chegou após o falecimento de Luann Antônio.

"Eles cuidaram muito bem do meu anjo na Nossa Senhora de Fátima e passaram o dia procurando vaga em UTI para o meu filho, e a única que apareceu foi no HGE, em Maceió. Ele foi transferido na noite de segunda e sei que lá eles também fizeram tudo o que foi possível, mas meu filho estava sofrendo muito. Ele sentia muitas dores. Só depois que ele morreu é que soubemos que ele teve dengue hemorrágica que provocou a falência de múltiplos órgãos", relatou.

Viviane Oliveira falou ainda sobre os momentos finais da vida do filho. Ela contou que chegou a ver Luann Antônio entubado e que conversou com uma psicóloga do HGE. "Logo depois fui falar com a médica que estava no plantão da UTI e ela disse que meu filho não tinha resistido. Ele teve uma parada cardíaca e os médicos passaram 40 minutos tentando reanimar, mas Deus levou meu anjo. Sei que agora ele está em um bom lugar, sem sofrimento, sendo cuidado pelo Pai que nos criou. A imagem que vai ficar na minha memória é dele sorrindo. Nunca vou esquecer o sorriso dele", contou.

De acordo com ela, o diagnóstico de dengue hemorrágica não aparece no laudo que atestou a morte de Luann Antônio porque, no HGE, a equipe tratou das complicações provocadas pela doença. "Eles explicaram que foi o outro hospital, o Nossa Senhora de Fátima, que deu o diagnóstico de dengue e que, quando chegou ao HGE, ele já estava com falência dos órgãos. O choque séptico foi uma consequência das complicações da dengue hemorrágica", relatou.

O corpo de Luann Antônio foi velado na residência da família, no bairro Planalto e sepultado no final da manhã desta quarta-feira (05). Durante o velório, Viviane Oliveira disse que o marido e o filho mais velho do casal, um adolescente de 13 anos, estavam também muito abalados. O cortejo até o cemitério foi acompanhado pela comunidade e por professores e alunos da escola Mário César Fontes, onde a criança estudava.