Previdência Social

Além do PSL, de Flávio Bolsonaro, Coaf menciona assessores de PSC, PT e PSOL

Relatório de órgão de controle menciona assessores de outros 20 deputados do Rio

Por 7segundos Com Folha de São Paulo 12/12/2018 08h08
Além do PSL, de Flávio Bolsonaro, Coaf menciona assessores de PSC, PT e PSOL
Plenário da Assembleia Legislativa do Rio em sessão no dia 5 de dezembro de 2018 - Foto: Otacílio Barbosa - 5.dez.18/Divulgação Alerj

O relatório Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF), que identificou movimentação incomum do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), mencionou auxiliares de outros 20 deputados da Assembleia Legislativa do Rio

Na lista, aparecem vários assessores de diferentes ideologias políticas. Entre os citados estão Márcio Pacheco (PSC), futuro líder do governo na gestão Wilson Witzel (PSC) e o deputado Eliomar Coelho (PSOL).

Pacheco é pré-candidato à Presidência da Alerj. Também aparece no documento o atual presidente interino, André Ceciliano (PT), pré-candidato à reeleição ao cargo. Todos estão juntos na lista com o presidente afastado da Casa, Jorge Picciani (MDB), em prisão domiciliar e também alvo do relatório.

A Procuradoria-Geral de Justiça do Rio de Janeiro instaurou um procedimento criminal há cerca de quatro meses para investigar as circunstâncias das movimentações dos funcionários de Alerj. Ainda são alvos da apuração os deputados aos quais estão vinculados os servidores.

O relatório do Coaf foi elaborado a pedido do Ministério Público Federal, que solicitou todas as comunicações de movimentações incomuns envolvendo pessoas nomeadas na Alerj. Ele foi produzido no âmbito da Operação Furna da Onça.

A menção no relatório não significa a prática de algum ilícito. O volume da movimentação, por sua vez, não é medida para a suspeita que eventualmente recaia sobre os deputados. O deputado Marcos Abrahão (Avante), preso na Furna da Onça, teve uma movimentação atípica de só R$ 289 mil.

Apenas quatro dos dez deputados alvos da operação foram mencionados no relatório do Coaf. O gabinete que apresentou a maior movimentação entre eles foi o de Luiz Martins (PDT), com R$ 18,5 milhões, o quarto da lista geral.

Já o gabinete do petista Ceciliano se destaca com o maior volume de comunicações. Foram mencionados quatro assessores com movimentação incomum de um total de R$ 49,3 milhões.

Segundo o Coaf, A maior parte se refere a entradas e saídas na conta de Elisângela Barbieri, que movimentou R$ 26,5 milhões. O deputado Paulo Ramos (PDT), é o segundo da lista, de quem o gabinete registrou movimentações incomuns de R$ 30,3 milhões. Os calores estão concentrados em nome de Luiz Felipe Conde, que recebeu e retirou em conta R$ 18,6 milhões, segundo o Coaf.

Com uma movimentação atípica de R$ 25,3 milhões envolvendo assessores de seu gabinete, Pacheco aparece em terceiro, de acordo com o relatório do órgão financeiro. O total do valor está rateado entre nove funcionários.

Em nota, o deputado André Ceciliano disse que, a funcionária que concentra as movimentações incomuns "pertence a uma família de empresários da cidade de Paracambi", onde ele foi prefeito por dois mandatos.

"Ele ressalta ainda que o próprio Ministério Público Federal afirma que o fato de constarem no relatório não significa que tenham praticado condutas ilícitas", afirmou o deputado.

Paulo Ramos disse que o principal assessor citado pelo Coaf é advogado e tem como justificar as entradas e saídas de recursos de suas contas. Ele afirmou que boa parte dos valores se referem a causas judiciais ganhas.

Márcio Pacheco afirmou, em nota, que "recebeu com surpresa, por meio da imprensa, a notícia envolvendo colaboradores de seu gabinete sobre movimentações financeiras”. "Ele esclarece que sempre agiu com honestidade e transparência, e que está apurando as informações e agirá no caso, como sempre agiu, de acordo com a lei. O deputado informa ainda que não pode se responsabilizar por transações bancárias de ex-assessores; inclusive, alguns desligados do gabinete desde 2013", concluiu em nota.

Eliomar Coelho afirmou, por meio de sua assessoria, que está "à disposição para qualquer esclarecimento, caso venhamos a ser oficialmente citados". "As práticas do meu mandato são a maior prova de que denunciamos e repudiamos relações injustificáveis e inaceitáveis", disse o deputado.

 

MOVIMENTAÇÃO SUSPEITA DE FUNCIONÁRIOS DA ASSEMBLEIA DO RJ EM 2016 (EM MILHÕES)

André Ceciliano (PT)
R$ 49,3

Paulo Ramos (PDT)
R$ 30,3

Márcio Pacheco (PSC) 
R$ 25,3

Luiz Martins (PDT)
(preso) R$ 18,5

Dr. Deodalto (DEM)
R$ 16,3

Carlos Minc (PSB)
R$ 16,0

Coronel Jairo (PSC)
(preso) R$ 10,2

Marcos Müller (PHS)
R$ 7,8

Luiz Paulo (PSDB)
R$ 7,1

Tio Carlos (SD)
R$ 4,3

Pedro Augusto (MDB)
R$ 4,1

Átila Nunes (MDB)
R$ 2,2

Iranildo Campos (SD)
R$ 2,2

Márcia Jeovani (DEM)
R$ 2,1

Jorge Picciani (MDB) 
(preso) R$ 1,8

Eliomar Coelho (PSOL)
R$ 1,7

Flávio Bolsonaro (PSL)
R$ 1,3

Waldeck Carneiro (PT)
R$ 0,7

Benedito Alves (PRB)
R$ 0,5

Marcos Abrahão (Avante)
(preso) R$ 0,3

Wanderson Nogueira (PSOL)
R$ 0,3

Fonte: Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras)