Brasil

Superintendente do PR, "madrinha da Lava Jato" e atual diretor são cotados para chefiar PF sob Moro

Por Uol 11/11/2018 10h10
Superintendente do PR, 'madrinha da Lava Jato' e atual diretor são cotados para chefiar PF sob Moro
Polícia Federal - Foto: Divulgação

O superintendente no Paraná, a delegada que batizou a Operação Lava Jato e o atual diretor-geral estão entre os cotados para assumir o comando da PF (Polícia Federal) no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Maurício Valeixo, Erika Marena e Rogério Galloro, respectivamente, são os nomes mais lembrados entre aqueles com acesso ao juiz Sergio Moro ouvidos pelo UOL. 

Moro ainda não definiu o time na PF e faz silêncio quando questionado sobre o tema. A reportagem procurou os cotados para o cargo, mas não conseguiu entrevista com nenhum deles até o fechamento deste texto. Maurício Valeixo, que dirige a Polícia Federal no Paraná, tem boa relação com o futuro ministro da Justiça. Foi ele quem coordenou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril, quando se evitou o confronto entre militantes petistas e policiais que executaram a ordem de detenção. Valeixo ainda é do grupo do ex-diretor Leandro Daiello, um dos mais longevos no comando da Polícia Federal. O fato de pertencer à geração de policiais que ingressaram nos anos 90 e ter atuação considerada muito boa faz o delegado ser considerado um forte candidato para o cargo.

A delegada Érika Marena também cultiva proximidade com Moro. Foi ela que deu nome à Operação Lava Jato e ajudou a montar a equipe de policiais que iniciou a investigação do maior esquema de corrupção da história recente do país. No Paraná, chefiou a delegacia de combate a crimes financeiros.  Se Bolsonaro colocar uma mulher na chefia da PF deixaria de lado críticas de que privilegia homens em sua equipe.

Galloro é um policial discreto e respeitado por seus pares. Tem uma equipe bem avaliada sob seu comando imediato. Também é do grupo de Daiello. E assumiu a PF num momento de crise, quando Fernando Segovia saiu do cargo por ter avaliado que havia poucos indícios de crime em uma investigação contra o presidente Michel Temer (MDB). Com pouco tempo no cargo, manter Galloro seria um sinal de estabilidade na corporação.

Coaf

Moro resolveu esta semana que vai mesmo levar todo o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para dentro do Ministério da Justiça, apurou o UOL. Bolsonaro chegou a cogitar levar "uma parte" do órgão, mas a unidade de inteligência financeira deve se mudar inteiramente para baixo do guarda-chuva do juiz em vez de ficar na alçada do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.