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Trump sugere que professores usem armas nas escolas

Por G1 22/02/2018 08h08
Trump sugere que professores usem armas nas escolas
Donald Trump em reunião com sobreviventes ao massacre em escola na Flórida - Foto: Reuters/Jonathan Ernst

O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu que o país será "muito forte" em checagens de antecedentes e acompanhamento de saúde mental após o ataque a uma escola na Flórida, durante um encontro com sobreviventes de massacres em escolas nesta quarta-feira (21), na Casa Branca.

Trump e seu vice-presidente, Mike Pence, receberam alunos, professores e parentes de vítimas da Marjory Stoneman Douglas, de Parkland, na Flórida, e também de Columbine, em 1999, e da Sandy Hook, em 2012.

Trump pediu sugestões sobre como lidar com o problema e um dos presentes falou sobre a opção de ter armas trancadas em locais seguros dentro das escolas, o que poderia reduzir o tempo de resposta em caso de ataques.

O presidente afirmou que a possibilidade de conceder o direito de pessoas altamente treinadas portarem armas em escolas, como professores ou diretores, é certamente uma ideia que será avaliada. "Vamos analisar isto com rigor. Muita gente será contra, mas muitos serão a favor. O bom é que haverá muita gente apoiando esta ideia", disse.

Atualmente, escolas nos Estados Unidos são "gun free zones", zonas em que é proibido portar armas, e para que isso fosse possível seria necessário alterar a legislação.

Brandon Thompson, professor de uma escola em Washington DC, ponderou, no entanto, que professores também estão sujeitos a instabilidades emocionais e podem usar uma arma inadequadamente, e por isso o ideal seria continuar não tendo armas dentro das escolas.

Ele citou o exemplo bem-sucedido de sua unidade educacional, onde os alunos passam por detectores de metal e têm suas mochilas examinadas em aparelhos de raio-x na entrada. Segundo Thompson, alunos e funcionários garantem se sentir mais seguros desde que o procedimento foi adotado.

Mark Borden, que perdeu um filho de 5 anos no ataque à Sandy Hook, e cuja mulher é professora, afirmou que se ela estivesse ali, certamente diria que os professores já têm responsabilidades demais e não podem ser sobrecarregados com a de lidar com psicopatas e enfrentar alguém que está colocando a vida de pessoas em perigo.