Comunidade

Populares que invadiram casas de loteamento protestam contra reintegração de posse

Casas estavam abandonadas há 12 anos e foram ocupadas há 6 meses

Por 7Segundos 20/12/2017 10h10
Populares que invadiram casas de loteamento protestam contra reintegração de posse
Populares que invadiram casas de loteamento protestam contra reintegração de posse - Foto: Josival Menezes/7Segundos

Um protesto realizado por moradores do loteamento Francisco Apostolo de Lira bloqueou rodovia AL-485, na manhã desta quarta-feira (20), em Feira Grande.

O ato foi motivado por uma notificação de reintegração de posse que desfavorece os moradores que teriam invadido as casas do loteamento, que pertencem ao projeto Minha Casa Minha Vida, e se encontravam desocupadas antes da invasão.

Na notificação, a prefeitura deu 48 horas para os invasores esvaziarem o local, que segundo os manifestantes, estava abandonado há 12 anos e era utilizado como ponto de droga e prostituição antes da ocupação que já dura 6 meses.

“Estamos há 6 meses, ocupamos as casas, estávamos esperando alguma posição da prefeitura, mas em 6 meses não apareceu ninguém para dar uma posição, e as casas estão há 12 anos desocupadas, servindo como ponto de droga e outras coisas indecentes”, explicou a manifestante Tatiane Ferreira dos Santos.  

Ainda de acordo com ela, os moradores notificados não têm condições de desocupar o local, muito menos no prazo dado pela prefeitura, já que não possuem condições financeiras para fazer a mudança, muito menos para pagar um novo lugar para moradia.

Outra moradora notificada, Alexsandra, reclamou que a reintegração de posse chegou após reformas feitas por eles, depois de vários anos de abandono do local, segundo ela, o mato tomava conta do loteamento e as casas ainda não estavam finalizadas, tinham fossas descobertas e faltavam sanitários, que foram colocados pelos invasores após a ocupação.

“A gente chegou aqui porque os nossos maridos, na maioria, ficaram desempregados, e aqui era ponto de droga e prostituição, aqui o mato não tinha cristão que entrasse. Depois que a gente chegou aqui, zelamos, pintamos nossas casinhas, ajeitamos as fossas que estavam todas abertas, colocamos vazo, recebemos um papel para sair em 48 horas”, protestou.

A moradora ainda lamentou a chegada da notificação no período das festas de fim de ano, e a situação financeira que impossibilita os invasores de deixar o local, que abriga 49 famílias notificadas, algumas delas com gestantes e em período de resguardo.

O protesto dos moradores durou cerca de 1 hora e meia, com os moradores fazendo barricadas e tocando fogo na rodovia, que ficou bloqueada até a chegada do Corpo de Bombeiros que esteve no local juntamente com a Polícia Militar para extinguir as chamas e restaurar o tráfego de veículos na AL-485.   

A Secretária de Assistência Social do município de Feira Grande, Daniela Keila, informou ao 7Segundos, que uma equipe de assistente sociais está sendo montada para fazer um levantamento e cadastramento das necessidades dos manifestantes, para que aqueles que realmente precisem, tenham direito ao Aluguel Social, que visa beneficiar famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social.  

“A gente tem que fazer esse levantamento, porque tem uma lista de beneficiários, e tem pessoas que também, talvez, segundo informações de outros beneficiários lá, dizem que não são daqui do município de Feira Grande, então assim, há princípio eu não tenho como relatar, porque realmente a gente precisa ir no local, fazer esse cadastro social para gente saber quem realmente vai ter direito”, concluiu Daniela.