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Fundador da Uber renuncia ao cargo de presidente da empresa

Ele é acusado de sexismo e assédio

Por UOL 21/06/2017 08h08
Fundador da Uber renuncia ao cargo de presidente da empresa
O agora ex-presidente da Uber, Travis Kalanick - Foto: Reprodução / Internet

Uma semana depois de anunciar afastamento por tempo indeterminado do comando da Uber, o fundador da empresa, o americano Travis Kalanick, 40 anos, renunciou ao cargo de presidente-executivo nesta terça-feira (20). A informação é do jornal "The New York Times", que afirma que ele permanecerá no conselho da empresa.

Mais cedo, cinco dos principais investidores da Uber pediram a renúncia imediata do diretor-executivo por meio de uma carta, intitulada "Moving Uber Forward" - a qual foi obtida pelo "New York Times". Nela, os investidores disseram que a empresa precisava de uma mudança de liderança. 

A partir daí, Kalanick teria se consultado com pelo menos um membro do conselho da Uber e, depois de longas discussões com alguns dos investidores, concordado em abandonar o cargo.

"Eu amo a Uber mais do que qualquer coisa no mundo e, neste momento difícil da minha vida pessoal, aceitei o pedido dos investidores para se afastar para que a Uber possa voltar a crescer em vez de se distrair com outra luta", declarou Kalanick ao "Times" nesta terça.

O conselho da Uber também se pronunciou, dizendo que Kalanick "sempre colocou a Uber em primeiro lugar" e que a sua demissão como executivo-chefe daria à empresa "espaço para abraçar completamente um novo capítulo de sua história". 

Kalanick vinha enfrentando críticas havia algum tempo e sua situação piorou depois que 20 pessoas foram demitidas, em 7 de junho, depois de recomendação de uma auditoria que investigou uma série de denúncias de assédio dentro da empresa.

O estopim foi o depoimento de uma ex-funcionária, Susan Fowler, que havia trabalhado como engenheira na Uber de novembro de 2015 a dezembro de 2016. Ela elegou ter sido assediada de forma moral, sexual e sexista por seus superiores, e que todas as queixas feitas no departamento de recursos humanos foram ignoradas.

Na ocasião, Kalanick ordenou que fosse aberta uma "investigação urgente" para apurar o caso e se pronunciou no Twitter: "O aqui descrito é abominável e vai contra tudo aquilo em que acreditamos. Qualquer pessoa que se comporte dessa forma e considere que está OK será demitido".