Uma aula de autêntico resgate cultural. Foi o que se viu na noite desta quinta-feira (13) no Arraiá Xique-Xique, no bairro da Primavera, em Arapiraca. Educadores e alunos da Escola de Ensino Fundamental Djalma Matheus Santana fecharam a Rua Rosendo Lima para realizar uma verdadeira integração com a comunidade.

Com os esforços da administração, a festa pôde ser feita pela primeira vez na porta da instituição de ensino, que estava repleta de casebres; igreja, com imagens de Santo Antônio, São Pedro, São João e padre Cícero; barraca do beijo; a “Barraca Amor Arretado” – onde havia tortilete, canudinho, milho cozido, cocada, bolo, canjica e torta –; e o Correio do Amor, para enviar mensagens a fim de a paquera fluir, tudo isto numa enfeitada vida cenográfica.

“Na verdade, somos estreantes a nível de competição entre arraiais. Nunca havíamos antes participado do Concurso de Resgate às Tradições Juninas e está sendo muito lindo ver esse envolvimento todo, tanto dos moradores como dos nossos estudantes”, diz a professora e diretora da escola e organizadora do evento, Sandra Campêlo.

Segundo ela, há pelo menos cinco anos, a instituição fazia seu arraiá próprio, mas dentro dos muros do colégio. “Desta vez, a comunidade pôde respirar cultura conosco. Achamos estes festejos juninos importantes enquanto educadores, pois resgata o que há de bom na nossa história, na nossa raiz. Os pais mais que aprovam”, pontua Campêlo.

Crianças a partir de 4 anos deram um show de animação, com seus figurinos bem articulados e passos de cor. Participaram da parte inicial do arraiá, alunos do pré-escolar ao 4ª ano do Ensino Fundamental, com direito a danças da Peneira e da Fita.

A quadrilha estilizada Xique-Xique veio com o tema “A Marca de Uma Paixão”, a retratar o furor de um casal nordestino pelas tradições de sua terra. Em coro, os integrantes do grupo cantavam repetidamente: “Dá licença que eu vou dançar outro São João”.

Lino Quirino, o presidente da Comissão Julgadora da Prefeitura de Arapiraca, enfatizou a união do bairro, com igreja e escola caminhando de mãos dadas também. “O contexto cultural é o que faz uma comunidade crescer. E vemos que não há nenhuma confusão onde o arrasta-pé chega. Aqui não é diferente. O que se nota é um calor humano, todos da plateia aplaudindo; praticamente, querendo entrar no palhoção pra dançar junto”, diz ele.

“Isso é integração”, comenta a estudante Mariana Souza. Ela saiu de seu bairro, o São Luiz I, para conferir como se dava o arraiá. “Estou acompanhando meu namorado e achando tudo muito intenso. A participação dos professores e dos alunos é uma motivação para sair de casa, afinal, esta festa é de família”, completa.

Logo depois da estilizada, a quadrilha matuta entrou e fez sua performance com sincronia. E, para finalizar, o coco de roda deu o tom das palmas.

Estiveram presentes, acompanhado tudo de perto, o secretário adjunto de Comunicação, Igor Castro, e a diretora da Comissão Organizadora do São João, Franciane Asevedo, juntamente com a equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur). As rádios Novo Nordeste, Metropolitana e Pajuçara registraram a festa, bem como uma equipe de reportagem de Maceió da TV Alagoas/SBT.