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Mesmo com prisões decretadas, família Brandão reina em Mata Grande

Franklin Lou, prefeito interino, nomeou aliados de Jacob Brandão para secretariado

17/04/2018 11h11
Mesmo com prisões decretadas, família Brandão reina em Mata Grande

A boa relação entre o prefeito interino de Mata Grande e a família do ex-prefeito foragido, José Jacob Gomes Brandão (PP), tem sido alvo de duras críticas da oposição e do eleitorado da cidade sertaneja. Franklin Lou (PP) assumiu a Prefeitura depois de Erivaldo Mandu (PP) ser afastado do cargo, na véspera do Natal de 2017, quando foi preso por acusação de pagamento de propina a vereadores em troca de apoio político.

Lou era vice de Mandu e assumiu a o cargo desde então. Tão logo assumiu provisoriamente o comando da Prefeitura de Mata Grande, Franklin Lou cuidou de nomear para os cargos mais importantes e de maior potencial em recebimento de verbas púbicas, pessoas ligadas à Jacob Brandão, considerado foragido da Justiça, desde a última quarta-feira (11), após a Operação Ànomos, comandada pelo Grupo de Ação Especial de Combate ao Crimes Organizado (Gaeco), ex-Gecoc.

O Ministério Público decretou a prisão de Jacob e outras onze pessoas por suspeitas de envolvimento em fraude licitatórias e outros crimes, mas o secretariado recém-empossado de Lou tem como integrantes, parentes e ex-funcionários de Jacob.

Além da ligação com os Brandão, os cargos não foram ocupados por técnicos das respectivas pastas. A Secretaria de Educação, por exemplo, é agora chefiada por Tiago Almeida, motorista de Hélio Brandão e sem qualquer experiência relacionada ao cargo.

A Secretaria de Finanças foi entregue a José Bezerra de Lima Neto, apontado como alguém íntimo de Brandão e seu ‘companheiro de farras’.

Constitucionalmente o prefeito de qualquer município tem soberania para escolher seu secretariado, mas a oposição tem feito críticas ferrenhas às escolhas do recém-empossado chefe municipal e levanta suspeita de que sua relação com aliados de Jacob Brandão pode contaminar os cofres públicos com novos desvios.

Ànomos
A Operação Ànomos desbaratou uma organização criminosos que usava um esquema fraudulento de locação de carros para desvio de dinheiro público. As empresas Genilda Gomes Lima- ME (Ômega Locações), EP Transportes, Transloc Locação e Serviços e Marcelo Calado dos Santos- EPP (Albatroz), criaram contratos fictícios e sublocavam carros para integrantes da família ou correligionários de Jacob Brandão, 40% do valor eram pagos a quem sublocava os veículos e os outros 60% eram divididos entre o prefeito, o dono da empresa a atravessadores.

Em dois anos de gestão o montante desviado chega a R$ 12 milhões. Desse total, R$ 6 milhões teriam ficado para Jacob.

TJ
Está em pauta para julgamento, nesta terça (17), no Tribunal de Justiça de Alagoas, o recurso contra o afastamento do prefeito de Mata Grande Erivaldo Mandu (PP). 

As investigações começaram em dezembro, quando o Ministério Público recebeu informações de que o prefeito estaria pagando “mensalinho” de R$ 7 mil para quatro vereadores, em troca da aprovação dos projetos de interesse do município. Um vídeo, agora divulgado, mostra a negociação que envolve os vereadores. Foram apontados pelo menos três vereadores no vídeo de denúncia: Diana Brandão (PP), Teomar Brandão (PP), e Joseval Costa (PP); os três se encontram afastados dos mandatos, e aguardam também decisão do TJ.

Se o recurso impetrado por Erivaldo for aceito pela maioria dos desembargadores do Pleno do TJ/AL no julgamento de hoje, o réu reassume a prefeitura de Mata Grande, e Franklin Lou (PP), atualmente prefeito interino, volta a ser vice-prefeito.

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